Bergwind

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A HISTÓRIA DO SURF


Não se sabe ao certo aonde, nem quando surgiu o surf. Alguns atribuem aos habitantes da Ilha de Uros, no Peru, que há 450 anos desafiavam o mar em balsas feitas de totora, tipo de palha. Os pescadores ficavam de pé em cima das balsas e direcionavam-nas com os remos em direção à praia. Estas são as ancestrais da prancha, talhada em peroba por George Freeth e Duke Kahanamoku, nos primeiros anos do século 20, no Havaí.

Entretanto, a origem do surf traz sempre uma grande polêmica, pois os havaianos desciam as ondas pelo simples e puro prazer de fazê-lo, já para os peruanos era um modo de "voltar" do trabalho.

Velhos nativos do Havaí contam muitas histórias, entre as quais algumas dizem que seus ancestrais seriam descendentes dos Incas, que se aventuraram pelo Pacífico em suas enormes canoas. Lendas ou não, estas histórias fazem algum sentido.

Somente nos anos 50 que apareceu o poliuretano, material mais resistente e flexível. A qual tornou as pranchas mais ágeis e rápidas. A partir daí a evolução do surf em conjunto com as pranchas foi um pulo até os dias de hoje. As inovações tecnológicas aprimoraram os materiais usados e as técnicas de shapear.

O primeiro torneio internacional ocorreu em 1953, no Havaí, a capital do surfe.

Atualmente, existe um circuito Mundial de Surf, este dividido em duas divisões: WCT, 1ª divisão, nesta competem os melhores; e WQS, 2ª divisão, na qual a galera se mata para entrar na primeira divisão. Basicamente como no futebol.

Recentemente Duke Kahanamoku foi apontado pela revista americana Surfer como o surfista do século. Merecido, pois foi ele que introduziu o surf nos Estados Unidos e na Austrália, além de ajudar a preservá-lo.

O SURF NO BRASIL

Dizem que os primeiros praticantes de surf no Brasil de que se tem notícia surgiram em Santos, na década de 30. Um deles foi Jua Suplicy Hafers, ex-piloto da Força Aérea Americana, que talvez tenha feito a primeira prancha no Brasil (oca, de madeira, construída com cavernas internas como nos barcos).

No entanto, foi a praia do Arpoador, Rio de Janeiro, que realmente pode ser considerado o berço do surf brasileiro. Primeiramente, se pegavam as ondas somente ajoelhadas ou deitadas (no estilo bodyboard) em pequenas pranchinhas de madeira. Isso em meados da década de 40.

Vieram novas pessoas, novas ideias e surgiram pranchas feitas de madeira e sem quilhas, as chamadas portas de Igreja. Já se ficava de pé na prancha, isso por volta dos anos 50. Surgiram pranchas com uma quilha, a qual saía do meio da prancha até a rabeta. Começou a se fabricar também pranchas de compensado naval, surgiram as "madeirites", como eram chamados os pranchões na época. Estas já como quilhas, ou melhor, projetos de quilhas.

No início não era só surf. Era uma relação com o mar: mergulho, caça submarina e o saltar das pedras. Certo dia era para ter um campeonato de caça submarina, mas como o mar amanheceu de ressaca, resolveu-se aproveitar aquelas ondas e realizar um campeonato de surf. Surgindo assim o primeiro campeonato do esporte no país. No qual o prêmio era um churrasco para todos na praia.

Chegaram os anos 60, o surf já tinha evoluído muito. Surgiram as primeiras pranchas de fibra de vidro, um sucesso, pois eram muito mais leves e rápidas. Rolaram os primeiros campeonatos oficiais de surf, embalados ao som dos Beatles, Beach Boys, Elvis e Chuck Berry. Todo mundo participava, ocorrendo já até campeonatos femininos.

O estilo de vestir, dançar, pensar e falar nesses anos era ditado pelos surfistas. As turmas mais descontraídas e divertidas se encontravam no Arpoador. As meninas não resistiam aos ombros largos, cabelos longos, carros conversíveis e jeeps coloridos e cheios de pranchões tocando Beatles no rádio. O surf era moda.

O surf teve seu primeiro reconhecimento oficial pelas autoridades com a doação de uma área exclusiva para a prática no Arpoador. Com isso a polícia teve que parar com a apreensão de pranchas, pois eles achavam que surfar era errado, era proibido. Assim surgiram muitas histórias sobre perseguições, remadas heroicas para alto-mar e fugas da polícia militar e do exército.

Assim continuou a evolução do surf no Brasil, contagiando cada vez mais a pessoas. Nasceram novas histórias, lembranças de dias perfeitos, descobertas de picos afora pelo Brasil, junção de sonhos com atitude. Que fizeram e está fazendo do Brasil um país do surf também.

CURIOSIDADES

·                    Dizem que um antigo rei do Havaí tinha o costume de se arriscar nas altas ondas locais. Para saudar as pessoas que o assistiam na praia, ele acenava para os nativos. O que chamava a atenção era o fato dele ter apenas o dedo polegar e o mínimo em uma das mãos.  E era com essa mão que ele acenava para a galera. A partir daí os surfistas do mundo adotaram o gesto da realeza como uma forma de cumprimento da tribo do surf.

·                  As igrejas protestantes desestimularam por mais de cem anos, século 18, a prática do surfe.

·                    O atual campeão mundial é o norte-americano Kelly Slater, que soma 10 campeonatos e é o surfista com mais títulos do circuito mundial.




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